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Descarte consciente de medicamentos

Programas de recolhimento de medicamentos vencidos

13 nov, 21

Apesar do crescente consumo de medicamentos no Brasil, ainda não existe um Programa Nacional de Recolhimento de Medicamentos Vencidos e sim ações como o Decreto 10.388 — abordado no texto “Normatização do descarte de medicamentos”. Pensando nisso, hoje trouxemos alguns países que apresentam esse tipo de programa. Essas experiências podem contribuir para a formulação de diretrizes para uma iniciativa nacional no Brasil.

 Na década de 70, a Itália foi o primeiro país europeu a implementar um sistema de coleta de medicamentos por meio da criação da empresa Assinde Servizi. Por meio de transportadores autorizados, a Assinde coleta produtos farmacêuticos vencidos ou que não foram vendidos ​​de Farmácias e Distribuidores. Além disso, cada embalagem recolhida, desde quando se torna lixo até quando é destruída, segue um caminho que é analisado e documentado pelos operadores .

Em Portugal, a indústria farmacêutica se uniu aos distribuidores e farmácias para criar a Valormed — uma sociedade que gere os resíduos de embalagens e medicamentos fora de uso. Nela, há a adesão de mais de 2.700 farmácias a esse sistema, as quais são locais de recolhimento de medicamentos e de educação dessa temática ao público.

A França apresenta o sistema de coleta de medicamentos vencidos denominado Cyclamed, o qual obriga as indústrias farmacêuticas a eliminarem os resíduos de embalagens domésticas que colocam no mercado.

Já o Canadá possui uma organização sem fins lucrativos desde 1999 chamada Post-Consumer Pharmaceutical Association, a qual realiza coletas e recebe apoio de empresas de pesquisas farmacêuticas.

Diante da análise de experiências internacionais, estudiosos selecionaram seis diretrizes fundamentais para a elaboração de um Programa de Recolhimento de Medicamentos Vencidos no Brasil (PRMV):

  1. Integração entre as diferentes esferas do governo.
  2. Corresponsabilidade de todos participantes da cadeia de fabricação, distribuição, uso e descarte de medicamentos.
  3. Minimização da geração de resíduos.
  4. Investigação do fluxo de produção dos resíduos.
  5. Criação de um programa piloto de alta abrangência no país.
  6. Realização de campanhas de sensibilização e conscientização dos usuários de medicamentos.

Por fim, também é necessário ressaltar a importância de nós, enquanto cidadãos conscientes desta problemática, em conscientizar outros cidadãos e em pressionar as entidades governamentais a elaborar um programa de Recolhimento de Medicamentos Vencidos no Brasil.

Referências:

https://scielosp.org/article/csc/2013.v18n3/883-892/pt/

https://www.assinde.it/AssindeOnLine/public/il-processo/

oeco.org.br/analises/medicamentos-e-meio-ambiente-solucoes-individuais-problemas-coletivos/

Autora: Isabela Pierre
Revisores: Vladimir Pedro e Júlia Albuquerque

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