Os riscos da ingestão de bebidas alcoólicas concomitante à administração de medicamentos
Você provavelmente já ouviu falar que não podemos ingerir bebida alcóolica com medicamento? Mas será mito ou verdade? Fato ou fake? É o que vamos descobrir no texto de hoje!!
Primeiramente, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), a média anual do consumo de bebidas alcoólicas por pessoa é de 6,4 litros. Contudo, o Ministério da Saúde adverte que, no Brasil, esse consumo na verdade chega a cerca de 8 litros, podendo ultrapassar essa quantidade. Este número, consideravelmente mais alto, está relacionado a diversas consequências, como transtornos crônicos, danos sociais e econômicos. No âmbito da saúde, acaba sendo normal nos depararmos atualmente com pessoas ingerindo bebidas alcoólicas enquanto fazem o uso de algum medicamento, sendo um hábito que pode gerar diversos problemas ao corpo humano. Os riscos dessa prática tendem a ser negligenciados por grande parte da população, preocupando os profissionais. Mas afinal, o que acontece no nosso organismo quando ingerimos álcool? Por que ingerir bebidas alcoólicas pode prejudicar a atuação dos fármacos em nosso corpo?
Bom, a resposta é simples: com o álcool no organismo, a sua metabolização é iniciada por meio das enzimas produzidas no fígado, que também são responsáveis por metabolizar diversos medicamentos. Basicamente, a demanda aumentada acaba por sobrecarregar o nosso corpo; além de debilitar o órgão em questão, também pode reduzir ou anular o efeito esperado dos medicamentos. Outro ponto importante é o aumento da excreção, que consiste na eliminação de substâncias do nosso corpo, mantendo-o em equilíbrio. Neste caso, cabe destacar que existem medicamentos que são eliminados do corpo humano através da urina e sabe-se que líquidos e álcool em excesso apresentam efeito diurético, acelerando ainda mais a excreção dessas substâncias do organismo, o que afeta a eficácia do medicamento. Deste modo, torna-se importante salientar que cada medicamento pode apresentar um tipo de interação com o álcool, a depender de sua composição. Sendo assim, algumas interações podem causar maiores problemas ao corpo humano, mas todas podem ser prejudiciais e devem ser evitadas.
Além disso, alguns medicamentos, como nimesulida e paracetamol, potencializam o risco de hepatotoxicidade, que é o dano causado no fígado, se combinados à ingestão de álcool. Outros sintomas associados englobam vômitos, dores de cabeça, perda da coordenação motora, sonolência, até mesmo desmaio e outros sintomas. Como exemplo, tem-se o resultado da combinação de álcool com dipirona, que pode potencializar o efeito do álcool; com antidepressivos, que leva ao aumento do efeito sedativo, além de reduzir a coordenação motora, a eficácia do medicamento e ainda comprometer a memória; e com ansiolíticos, que pode elevar o efeito sedativo, o risco de coma e causar insuficiência respiratória.
Portanto, compreende-se que o consumo concomitante de bebidas alcoólicas e fármacos leva à redução da eficácia e da segurança do tratamento medicamentoso, gerando um risco ao paciente, como o aumento de eventos adversos. Por fim, não podemos esquecer que a utilização conjunta pode causar diversos problemas ao organismo, sendo então necessário sempre consultar a bula antes de consumir o medicamento, ou buscar a orientação de profissionais de saúde e, na dúvida, evitar o consumo de bebidas alcoólicas concomitante à administração de medicamentos.
Autor: Camilla Alves
Revisor: Luana Ribeiro, Arthur Willkomm e Júlia Peixoto de Albuquerque
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