Análise de medicamentos: um olhar para a química
Em diversos textos do DescartUFF abordamos a respeito dos malefícios ao meio ambiente e o impacto na saúde dos seres quando expostos a medicamentos descartados incorretamente. A detecção dessas substâncias só tem sido possível devido aos avanços dos métodos analíticos, pois esses resíduos são encontrados no ambiente em baixas concentrações, na ordem de 10−9 a 10−6 g por litro. Você sabe quais técnicas são utilizadas para entender melhor o problema dessa contaminação e suas possíveis consequências? Hoje traremos uma delas para vocês conhecerem!
Em primeiro lugar, devemos ressaltar que os poluentes orgânicos mais estudados pela comunidade científica são os princípios ativos de medicamentos. Isso se deve ao fato de que as estações de tratamento de água e efluentes não conseguem degradá-los ou eliminá-los completamente.
Dentro da química existe uma técnica chamada Cromatografia, utilizada para a separação de uma mistura homogênea de duas ou mais substâncias. Esse processo se baseia no fato dos componentes da mistura terem propriedades e composições diferentes, já que a interação delas com as fases estacionária e fase móvel será diferente também. Isso quer dizer que a velocidade com que uma migra será maior e de outra, será menor. A fase estacionária é aquela onde a substância que está sendo identificada vai se fixar na superfície de outro material, como por exemplo um papel de filtro. Já na fase móvel é onde as substâncias que queremos isolar são arrastadas por um solvente fluido.
Dentro dos tipos de cromatografia, existe a cromatografia de alta eficiência acoplada à técnica de espectrometria de massas em série com ionização por ESI (Ionização por Electrospray), a qual tem sido uma das mais utilizadas nos atuais estudos. A necessidade de acoplar a espectrometria se deve ao fato dela fornecer as informações estruturais dos compostos nas misturas e, dessa forma, conseguimos saber quais são os princípios ativos que estão presentes na amostra. Já o processo de ionização por ESI permite a análise de compostos polares e com elevada massa molecular, como é o caso de muitos fármacos.
A união dessas técnicas tem sido muito utilizada para a avaliação de princípios ativos de medicamentos, já que oferece versatilidade e melhor nível de detectabilidade, permitindo a análise de compostos com polaridades variadas de forma mais detalhada.
Além disso, este tipo de cromatografia também oferece a possibilidade utilização de softwares de com banco de dados contendo milhares de espectros de massas para confirmação das estruturas dos compostos analisados.
Eaí, gostou? Caso queira se aprofundar mais no assunto, dê uma olhadinha nos textos que separamos nas referências!
Referências:
scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-40422011000400020
revistaanalytica.com.br/a-cromatografia-liquida-acoplada-a-espectrometria-de-massas-em-tandem-hplc-ms-ms/#:~:text=No%20sistema%20HPLC%2DMS%2FMS,entre%20coluna%20e%20fase%20m%C3%B3ve
http://doi.editoracubo.com.br/10.4322/sc.2013.005
https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/361772/mod_resource/content/2/aula%20intro%20espect%20massas.pdf
https://mundoeducacao.uol.com.br/quimica/analise-cromatografica-ou-cromatografia.htm
oeco.org.br/analises/medicamentos-e-meio-ambiente-solucoes-individuais-problemas-coletivos/
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