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Descarte consciente de medicamentos

Descarte de Autotestes da COVID-19

6 ago, 22

Com a COVID-19, foram desenvolvidos e aprimorados diferentes métodos de diagnóstico para a doença, sendo amplamente utilizados e de extrema importância. Sua empregabilidade está muito além da própria confirmação da doença, permitindo um tratamento adequado ao infectado, uma vez que também permite que se tenha uma real dimensão da propagação do vírus entre a população. Além disso, podem detectar pacientes assintomáticos e auxiliar em diversos parâmetros, como transmissibilidade por regiões e faixa etária, por exemplo. Já existem diferentes testes disponíveis, sendo muito utilizado o teste de Reação em Cadeia da Polimerase (PCR), cujo material utilizado consiste em um swab nasal, uma solução salina e um dispositivo para a deposição da secreção coletada do paciente.

Assim, sabe-se que o material após o uso em pacientes pode estar contaminado ou não pelo SARS-CoV-2, mas também por outros agentes patogênicos em potencial, como outros vírus e até mesmo bactérias. Dessa forma, é necessário a adoção de medidas de precaução no momento do descarte desses materiais, tanto para evitar a contaminação quanto para reduzir os impactos no meio ambiente. Considerando que a forma de coleta e destinação dos testes é diferenciada quando há suspeita ou confirmação da COVID-19, todas as precauções são tomadas visando reduzir o contágio através da gestão adequada dos resíduos sólidos. Contudo, o descarte ocorre muitas vezes de forma incorreta, tanto pelos hábitos diários de muitos brasileiros, quanto pelo desconhecimento e também pela falta de incentivo e informação pelos agentes públicos a respeito da melhor forma de despojamento dos testes.

Os autotestes, previstos na RDC Anvisa n° 595, de 28 de janeiro de 2022, servem como medida para o início do isolamento do paciente infectado e para orientá-lo a buscar o serviço de saúde, pois fornecem resultado orientativo, mas não conclusivo, e num primeiro momento impedem a contaminação de outros indivíduos. A nível domiciliar, é possível realizar o descarte dos autotestes da seguinte forma: caso o resultado seja negativo, todo o material do kit pode ser colocado em um saco plástico e descartado em lixo comum; caso o resultado seja positivo, faz-se necessário colocar o material em dois sacos e descartá-lo junto a outros resíduos não recicláveis, mas em separado do lixo orgânico.

Além disso, em caso de dúvida, a bula dos testes possui todas as indicações necessárias, tanto para a sua utilização, interpretação e também para  descartá-lo. Vale ressaltar que o descarte em lixo comum, utilizando um saco plástico convencional, é possível visto que a solução diluente contém substâncias que inativam o vírus, não havendo risco de contaminação e transmissão para outras pessoas. É necessário certificar que qualquer parte de papel que possa existir no material, como a própria bula, seja separada do plástico e colocada em seu cesto apropriado, bem como já sugerido para  descartes de máscaras e outros materiais potencialmente contaminados.

Atualmente, a estimativa é de que cerca de 26 mil toneladas de resíduos plásticos relacionados aos demais cuidados da COVID-19 – testes rápidos, máscaras faciais e embalagens de desinfetantes – sejam liberados nos oceanos, de acordo com um estudo da Universidade de Nanjing (China). Nesse sentido, medidas de reciclagem e gerenciamento de resíduos, assim como a fabricação de testes biodegradáveis foram adotadas e tornam-se cada vez mais necessárias, a fim de reduzir o montante de descarte no meio ambiente e a contaminação de rios e solos.

Referências:

https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/22807
https://www.scielo.br/j/csc/a/9jVFsfDwSpHnBcvCnJZ9WPC/
https://www.neolabimport.com.br/swab-haste-plastica-para-exame-covid-19/
https://www.theguardian.com/environment/2021/nov/08/about-26000-tonnes-of-plastic-covidwaste-pollutes-worlds-oceans-study
https://portal.fiocruz.br/noticia/testes-para-covid-19-como-sao-e-quando-devem-ser-feitos
https://amp.expresso.pt/sociedade/2021-04-27-Covid-19.-Saiba-o-que-deve-fazer-com-os-testes-rapidos-depois-de-utilizados-977e4301
http://www.crfsp.org.br/images/arquivos/220210_coronavirus_autoteste_nota-tecnica_s02_RT_new.pdf

Autora: Camilla Alves
Revisores: Luana Ribeiro, Luiza Sardinha e Júlia Albuquerque

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