O descarte de embalagens não contaminadas e o meio ambiente
Hoje iremos lembrar a todos sobre algo importante e que sempre reforçamos muito, além do descarte de medicamentos, o descarte das embalagens secundárias e terciárias! Segundo a regulamentação da Anvisa, as unidades que produzem resíduos relacionados a serviço de saúde — como UBS (Unidades Básicas de Saúde), farmácias e indústrias — devem elaborar um Plano de Gerenciamento de Resíduos do Serviço de Saúde (PGRSS) no qual estarão definidos e descritos todas as etapas pelas quais passarão os diferentes resíduos, desde a geração até a sua eliminação final.
Esses resíduos podem ser classificados em 5 grupos distintos:
A – resíduos com a possível presença de agentes biológicos que podem apresentar risco de infecção;
B – resíduos contendo substâncias químicas que podem apresentar risco à saúde pública ou ao meio ambiente;
C – rejeitos radioativos ou contaminados com radionuclídeos;
D – resíduos que não apresentem risco biológico, químico ou radiológico à saúde ou ao meio ambiente (equiparados aos resíduos domiciliares);
E – materiais perfurocortantes ou escarificantes.
As embalagens secundárias, terciárias e as bulas dos medicamentos se encontram no grupo D — quando não contaminadas — podendo ser encaminhadas para reciclagem sem risco. Essas embalagens externas, normalmente de papel, bem como as bulas dos medicamentos, podem então ser recolhidas tanto em postos de coleta convencionais quanto pelas unidades de coleta de medicamento por meio da logística reversa. Mas e quando ocorre a contaminação? A contaminação pode ocorrer quando vaza um medicamento líquido, por exemplo, e suja a embalagem externa e, nesse caso, estas devem ser tratadas como os produtos que elas contêm – na grande maioria dos casos, resíduos do grupo B, devendo seguir todos os procedimentos necessários, como o descarte em pontos de coleta. Ressaltamos que todas as embalagens primárias estão em contato direto com os medicamentos, logo são consideradas sempre contaminadas.
Portanto, em situação normal, não são contaminantes e o descarte de sua grande maioria ocorre normalmente no lixo comum, principalmente as compostas por papel e plástico, sendo facilmente reciclado.
No entanto, apesar da simplicidade, não podemos esquecer que os resíduos de embalagens são uma ameaça real para a natureza. Não apenas as embalagens de medicamentos, mas as embalagens de diversos produtos formam quase que um terço do lixo doméstico, e a destinação nem sempre acaba sendo a reciclagem. Problemas ambientais e sociais devido ao acúmulo desse tipo de lixo também são extremamente perigosos: complicações no escoamento da água, morte de diversos animais por ingestão desses materiais, formação de ilhas de plástico, emissão de resíduos em sua produção e o consumo de matérias primas como a madeira são apenas alguns exemplos.
Não esqueçam de fazer sua parte, mesmo quando o processo pode parecer simples; afina, o volume do descarte de embalagens é incomparavelmente maior do que o descarte dos medicamentos. Ambos devem ser regulados e executados com consciência para evitarmos a destruição do meio ambiente!
Referências:
https://www.ecycle.com.br/6614-como-descartar-embalagem-de-remedio
https://www.ecycle.com.br/component/content/article/67-dia-a-dia/4984-embalagens-de-medicamentos-quais-sao-os-tipos-existentes-e-descartes-possiveis.html
http://www.crfsp.org.br/orienta%C3%A7%C3%A3o-farmac%C3%AAutica/644-fiscalizacao-parceira/geral/9240-embalagens-de-medicamentos-tambem-sao-residuos-saiba-como-descarta-las.html
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