Como armazenamos nossos medicamentos em casa?
Antes de mais nada ressaltamos que todo e qualquer medicamento deve ser armazenado fora do alcance de crianças e animais domésticos, em locais que não tenham contato direto com a luz e que não sejam quentes ou com umidade elevada.
Mas alguém já parou pra pensar porque essa informação é relevante? Principalmente porque todo e qualquer medicamento apresenta uma estabilidade química, precisando de certas condições que mantenham o medicamento viável, bem como a sua eficácia. Cada medicamento apresenta uma caracterização físico-química específica, tendo informações sobre seu armazenamento na bula – as quais devem ser seguidas. Um dos fatores que influenciam diretamente no armazenamento do medicamento é a forma farmacêutica, como já discutido pelo nosso grupo em nosso texto sobre “Formas farmacêuticas de medicamentos e seus descartes”.
O armazenamento dos medicamentos deve ser feito sempre no mesmo lugar para evitar a existência de múltiplos locais de estocagem. Esse hábito pode evitar:
•Esquecimento dos medicamentos disponíveis
•Compras desnecessárias de mais medicamentos
•Vencimento de medicamentos
Dessa forma, o excesso dos medicamentos na residência, criando o que se chama de “farmácia caseira”, pode levar a um uso irracional dos medicamentos. É válido ressaltar que nenhum fármaco deve ser descartado no lixo comum nas residências e, muito menos, nas pias e privadas, apesar de ocorrer frequentemente, como já relatamos extensamente.
A “farmácia caseira” é importante para algumas emergências e deve ser formada, basicamente por MIP’s – medicamentos isentos de prescrição – e por medicamentos de uso contínuo. O problema ocorre quando, além destes, existe a presença de medicamentos de prescrição obrigatória e que não são de uso contínuo, sendo geralmente sobras de tratamentos anteriores. Esses medicamentos não devem fazer parte da estocagem. A classe principal desses medicamentos são os antibióticos, que têm validade reduzida e, após abertos, perdem atividade rapidamente – no caso de algumas apresentações, principalmente em soluções. Além desta questão temos ainda a problemática da automedicação, que deve ser evitada.
Em suma, qualquer dúvida pode e deve ser sanada com o farmacêutico na hora da dispensação e/ou com o médico durante a prescrição. Além disso, a promoção do fracionamento dos medicamentos que não são de uso contínuo, impedem o acúmulo excessivo desnecessários nas residências minimizando as possibilidades, portanto, do descarte incorreto.
Referências:
http://portal.anvisa.gov.br/noticias/-/asset_publisher/FXrpx9qY7FbU/content/saiba-como-conservar-medicamentos-em-casa/219201
https://www.hospfar.com.br/novidade/hospfar-orienta-como-armazenar-medicamentos-em-casa-
http://www.blog.saude.gov.br/promocao-da-saude/31199-saiba-como-armazenar-e-preservar-medicamentos-em-casa-de-forma-correta
https://www.farmacia.ufmg.br/onde-guardar-medicamentos/
https://siambiental.ucs.br/congresso/getArtigo.php?id=18&ano=_terceiro
BALDONI, André de Oliveira et al. Perfil de medicamentos descartados pelos usuários do sistema único de saúde no município de Divinópolis-MG. Extensio: Revista Eletrônica de Extensão, Florianópolis, v. 12, n. 20, p. 48-61, dez. 2015. ISSN 1807-0221. Disponível em: <https://periodicos.ufsc.br/index.php/extensio/article/view/1807-0221.2015v12n20p48>. Acesso em: 09 set. 2020. doi:https://doi.org/10.5007/1807-0221.2015v12n20p48.
Autor: Arthur Willkomm
Revisores: Vladimir Pedro, Luiza Sardinha e Júlia Albuquerque
0 comentários