Remdesivir: da epidemia de Ebola para a pandemia do COVID-19
O medicamento Remdesivir, utilizado no tratamento de outra virose, a Ebola — a qual teve um surto na África Ocidental durante o período de dezembro de 2013 até janeiro de 2016, quando foi declarado seu fim pela Organização mundial da Saúde (OMS) — foi reconhecido como um antiviral promissor contra diversos vírus de RNA — tipo do qual os coronavírus fazem parte, como SARS/MERS-CoV — e está sendo utilizado em base do uso compassivo e possui resultados promissores.
Para aqueles que querem uma resposta rápida para a pergunta: não há indicação desse medicamento para o tratamento de COVID-19, embora o seu uso compassivo em pacientes esteja sendo promissor, esse medicamento não foi aprovado no Brasil ou em outros países para a virose e não há nenhuma pesquisa o indicando para o coronavirus humano.
Como já amplamente divulgado, COVID-19 não possui nenhum medicamento aprovado para seu tratamento, contudo estudo in vitro e em modelos animais apontam para o medicamento GS-5734 (Remdesivir) como um inibidor dessa virose humana e zoonótica.
As coronaviroses possuem uma característica de se espalhar rapidamente em novas espécies hospedeiras. Isto pode provocar o surgimento de doenças severas, tal qual ocorreu em outras epidemias já descritas na história como a SARS (2002) e a MERS (2012), que causaram síndromes respiratórias severas. Nenhuma terapia é capaz de impedir essas infecções em seres humanos que nunca foram infectados antes.
Referências:
AGOSTINI, M. L. et al. Coronavirus susceptibility to the antiviral remdesivir (GS-5734) is mediated by the viral polymerase and the proofreading exoribonuclease. mBio, v. 9, n. 2, 1 mar. 2018.
SHEAHAN, T. P. et al. Broad-spectrum antiviral GS-5734 inhibits both epidemic and zoonotic coronaviruses. Science Translational Medicine, v. 9, n. 396, 28 jun. 2017.
WANG, M. et al. Remdesivir and chloroquine effectively inhibit the recently emerged novel coronavirus (2019-nCoV) in vitroCell ResearchSpringer Nature, , 1 mar. 2020.
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